Glauber Rocha ainda voa, ele voa alto e, às vezes, raso. Não há quem saiba a direção desse vôo. Mas ele garante e certifica: “Eu sem muito bem o que faço.” E ele sabia. E ele chorava. Suas lágrimas transmutavam-se em filmes. Imagem, som e poesia. Ele assim filmava o que queria. Não! Ele filmava para transformar, para acolher um cinema carente de verdades, de sentidos e protestos.
Esse documentário é, assim, como Glauber queria. Mistura poesia com cinema, verdade com utopia e realidade com surrealismo. Aliás, nele não costa uma história qualquer. Em “Glauber o filme, labirinto do Brasil”, Silvio Tendler traz de volta para as telas o cineasta que revolucionou o cinema brasileiro.
Louco, marxista, direitista, ateu foram várias os xingamentos ao cinema de Glauber. Na verdade, Glauber lutava contra uma indústria cultural que massacrava a cultura e estava sempre aos pés do imperialismo. Ao contrário dele, que mostrava em sua obra o que era inexistente para aqueles que fechavam os olhos diante da verdade.
Juliana CC
Cena do filme Terra em Transe
Filmes de Glauber:
1959 – O Pátio
1962 – Barravento
1963 – Deus e o Diabo na Terra do Sol
1966 – Maranhão 66
1967 – Terra em Transe
1968 – O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro
1970 – Cabeças Cortadas
1971 – O Leão de Sete Cabeças
1972 – Câncer
1974 – História do Brasil
1974 – As Armas e o Povo
1975 – Claro
1976 – Di Glauber
1979 – Jorge Amado no cinema
1980 – A Idade da Terra